A marca que moldou um paladar inteiro (e o que sua empresa pode aprender com isso)

Nem sempre ganhar o mercado significa competir. Às vezes, é sobre criar o mercado.
Foi exatamente isso que uma gigante global fez no Japão — não com preço baixo, campanhas agressivas ou mudanças no produto. Mas com algo muito mais poderoso: psicologia cultural.

Nos anos 70, a Nestlé queria levar o Nescafé para o Japão, surfando o crescimento econômico do país. A lógica parecia impecável: café instantâneo já fazia sucesso no Ocidente — por que não replicar?

Mas o plano tropeçou em uma barreira invisível: o significado cultural.

O café era visto como amargo, invasivo e… estrangeiro demais. Os japoneses, tradicionalmente consumidores de chá, não se conectavam emocionalmente com a bebida. O problema não era o sabor. Era o símbolo.

E é aí que a estratégia da Nestlé vira um case de ouro:
ao invés de forçar a aceitação do produto, eles decidiram treinar o gosto. Literalmente.

Começar pelas crianças foi a jogada.

Com o apoio do psicanalista e especialista em comportamento do consumidor Clotaire Rapaille, a Nestlé lançou doces com sabor de café. Um caminho inusitado, mas brilhante: o gosto amargo ganhou uma moldura doce, amigável, carregada de afeto e memórias felizes.

Sem perceber, uma geração cresceu associando café à infância, conforto e prazer.
O que antes era rejeição virou nostalgia. E, anos depois, quando esses consumidores estavam prontos para comprar café como adultos, a resistência havia evaporado.

Eles não mudaram o produto. Mudaram o contexto emocional que o cercava.
Eles não invadiram o mercado. Eles plantaram um novo paladar coletivo.

O que isso tem a ver com a sua marca?

Tudo.

Muitas empresas ainda operam no modo “lógica-função-preço”, tentando convencer pelo racional. Mas quem move o ponteiro mesmo é a memória emocional. É o símbolo. É o significado.

Branding não se constrói com uma boa campanha. Se constrói com consistência, paciência e um entendimento profundo de cultura.

Hoje, o Japão é um dos maiores importadores de café do mundo. Não porque foi convencido. Mas porque foi moldado.

O que essa história ensina a quem constrói marcas hoje:

✅ Produto bom não basta — ele precisa significar algo.

✅ Lógica informa. Emoção transforma.

✅ Branding forte pensa em décadas, não em trimestres.

✅ Cultura não é obstáculo. É matéria-prima estratégica.


Na Guercio Marketing, a gente não quer só fazer sua marca aparecer. A gente quer que ela fique. Que ela faça sentido. Que ela entre na cultura e não saia mais.

Você está pensando em anunciar.
A gente está pensando em como te tornar inesquecível.

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